“Après trois ans” (Paul Verlaine)
Esse poema de Paul Verlaine escrito em 1866, tem como inspiração o amor não retribuído que o poeta viveu por sua prima Elisa. Este é um dos poemas que fazem parte de sua obra “Poemas saturninos”.
A estátua de Veleda, citada na última estrofe do poema, representa a personagem da deusa/vidente germânica que se suicidou por não poder viver seu amor por um romano inimigo de seu povo.
Ayant poussé la porte étroite qui chancelle,
Je me suis promené dans le petit jardin
Qu’éclairait doucement le soleil du matin,
Pailletant chaque fleur d’une humide étincelle.
Tendo empurrado a porta estreita que vacila
Passeei no pequeno jardim
Que o sol da manhã iluminava delicadamente
Cobrindo cada flor de uma úmida faísca.
Rien n’a changé. J’ai tout revu : l’humble tonnelle
De vigne folle avec les chaises de rotin…
Le jet d’eau fait toujours son murmure argentin
Et le vieux tremble sa plainte sempiternelle.
Nada mudou. Revi tudo: a pergola humilde
De videira selvagem com as cadeiras de vime …
O jato d’água continua fazendo seu murmuro argênteo
E o velho álamo sua queixa eterna.
Les roses comme avant palpitent ; comme avant,
Les grands lys orgueilleux se balancent au vent,
Chaque alouette qui va et vient m’est connue.
As rosas como dantes palpitam; como dantes
Os grandes lírios orgulhosos balançam ao vento,
Cada cotovia que vai e vem é por mim conhecida.
Même j’ai retrouvé debout la Velléda,
Dont le plâtre s’écaille au bout de l’avenue,
– Grêle, parmi l’odeur fade du réséda.
Até encontrei de pé a Veleda
Cujo gesso descama no fim da avenida,
– Esguia, em meio ao odor insípido da reseda.
J’aime!!!